PRIMEIRA CASA DE COLINA
Fundação de Colina: famílias Fabri , Venancio Dias, Lamounier de Andrade e Cel. Luciano de Melo Nogueira
Cópia do documento de Criação do Distrito de Paz de Colina, município e comarca de Barretos, de 07 de Dezembro de 1.917
A primeira casa de Colina foi a de José Fabri (1905) e 
servia para pouso de carreiros, tropeiros, madeireiros e outros 
viajantes... 
(livro Colina Capital Nacional do Cavalo, Syria Drubi, pag. 36)
Chácara Palmeiras, de José Fabri
Marcia, Bisneta dos Fabri: a chácara dos 
Fabri se chamava chácara Palmeiras, minha mãe conta que lá tinha tanta variedade 
de árvores frutíferas que era chamada de o paraíso das frutas, meu avô o Vicente 
Fabri, filho do Jose Fabri, gostava muito de plantar rosas também e que, quando 
chovia, ele ficava todo feliz na janela assoviando vendo a chuva molhar a 
plantação. O assoalho da casa era todo de tabuas, que elas lavavam com sabão de 
cinzas e ficava tudo muito branquinho. Quase na porta da casa tinha um 
córrego e as crianças da casa adoravam levantar pela manhã e lavar o rosto com 
a água fresquinha; no fundo da chácara também tinha um córrego onde as 
crianças iam nadar e pescar.
Não se  trata exatamente 
da primeira casa mas sim do local onde foi erguida a primeira  casa e da
 primeira chácara de Colina. Esta poderia ser chamada de primeira casa  
de alvenaria construída em Colina, no mesmo lugar do rancho
 dos Fabri, este sim,  a primeira habitação de Colina e que servia de 
pouso para carreiros, tropeiros, madeireiros e outros viajantes.
Ao lado havia uma chácara 
que chamávamos Malvina (uma das filhas do Fabri), que também tinha 
muitas árvores frutíferas e fazia as delícias da molecada. Tinha uma 
casa em ruínas que diziam ser mal assombrada
Márcia, bisneta dos Fabri relata: todos conhecem o meu bisavô por Jose Fabri, mas o nome dele no passaporte está como
Giuseppe que é um nome italiano; é típico de brasileiro adaptar tudo à maneira preguiçosa de falar da nossa língua. Eu estava lendo o blog e achei uma historia que a minha tia Malvina morreu louca , na verdade a minha mãe conta que a prefeitura ia passar uma rua dentro da chácara Malvina, que pertencia a minha tia Malvina e que ela não concordava com isso, você sabe, as pessoas de antigament
José Fabri e Julia Balsani
Amélia Fabri e família - Chácara Palmeiras. D. Amélia esteve em Colina, em meados de 2009, e depois enviou esta foto
Contratando os serviços de
 João Massarela, ex-engenheiro da Companhia Paulista de Estradas de 
Ferro, José Venâncio loteou o retângulo compreendido entre as avenidas 
15 de novembro, hoje Antonio de Paulo Miranda e Conselheiro Antonio 
Prado, hoje Moacir Vizzoto, 13 de maio e Barão do Rio Branco, hoje Cel. 
Antenor Junqueira Franco. Os lotes de terras ou "posses" foram vendidos 
por intermédio do corretor Teodorico. 
Cel. José Venâncio Dias 
nasceu em Sant'ana Dos Olhos D'agua, no municipio de  Orlândia SP, em 9 
de junho de 1869, filho de José Venâncio Dias e Helena Diniz  Junqueira
Alice Nogueira Dias, era filha do Cel. José Venâncio e, em sua homenagem, a Ponte Metálica e a Maternidade levam seu nome...



Dr Lamounier de Andrade e Mariana Dias tiveram os filhos: Jos
Entre as famílias fundadoras está a do Cel. Luciano de Melo Nogueira (vide Fazenda Mandaguari)
 O Cel. Luciano doou à Igreja as terras 
que hoje formam o Patrimônio
1935 - Bodas de Ouro do Cel. Luciano de 
Mello Nogueira e D. Jacinta Carvalhães Nogueira 
doações para a construção da Igreja
REVISTA DBO RURAL, EDIÇÃO 188, DE MAIO DE 1996, 
Páginas 104/105
Mário Mazzei Guimarães - jornalista
O Coronel Luciano de Melo Nogueira, (da Guarda Nacional, ninho de 
política, não de guerra), de origem fluminense, saiu da ex-cafeeira 
Rezende, RJ, para Minas Gerais, onde casou na área de Passos. Montou 
café em Monte Santo (MG) e formou família. Com ela crescendo e, com e 
como outros Nogueira fluminenses, enfurnou-se em São Paulo. A 
sua“bandeira” foi dar entre Colina e Jaborandi, arraiais de Barretos e 
de terra boa. Acampou com seu povo, abriu a mata, a mulher, dona Sintota
 (Jacintha Carvalhaes Nogueira), de cozinheira-chefe e, começou a 
Mandaguari. Chegou a 1.500 alqueires paulista e a um milhão de 
cafeeiros, além de muito pasto e lavouras de palhada. Isso durante o 
primeiro quarto de século. A fazenda acabou virando um povoado: venda, 
barbeiro, colônia de tijolos, relojoeiro, grupo escolar, serraria, 
ferraria, máquina de benefício, palco na tulha... Depois, piscina, duas 
“casas grandes”, eletricidade, água encanada, telefone... Ao envelhecer,
 foi morar em Colina, mas vinha muito a pé à fazenda, a uma légua e, 
brincava com os netos na piscina, nadando “de cachorrinho”. Foi chefe 
político nas redondezas, humilde e amável. Distribui as terras entre os 
nove filhos e em tempo ruim, fim da amarga década de 30. Foi-se aos 70 e
 tantos, na década de 40, a fazenda espandongando. Salvou-a o filho 
homem mais novo, Lupércio Carvalhaes Nogueira, ajeitado na seção de 
Santa Cruz, terra arroxeando. Morava na fazendinha, que reformou e 
eletrificou, pôs água na torneira, fez agricultura diversificada, puxada
 pelo café e... vendeu-a quando a velhice lhe pegou a vez.
artigo enviado por: Luciano Aguiar Nogueira que escreveu: faz parte da história de Colina.
Ainda sobre os primórdios de Colina escreveu o Embaixador Renato Prado Guimarães, filho do jornalista Mario Mazzei Guimarães:
Muros altos, ruas largas
                     Querem mais matéria para pensar, sobre coisas singulares da urbe colinense? 
                     Por que Colina tem ruas tão amplas, avenidas tão largas? 
                    Meu pai se faz essa pergunta há quase um século 
(ele tem 98 anos e conheceu Colina desde quando ela nem era, em 1915; 
mas do lugar ele diz que “comecei a ter notícia lembradeira só lá pelos 
4/5 anos”, ou seja, entre 1918 e 1919):
                                “(...) por que o traçado, de ruas largas? A Sete 
                                de Setembro ainda era  chamada de Avenida. E 
                                a Rua da Estação? Com casas só de um lado, e
                                do outro só o trem de ferro, a gare, os 
                                armazéns, e uma bruta largura de permeio? E a 
                                rua que passava por baixo do trem, que ampla 
                                que era! E aquela que descia da estação, até 
                                com árvores plantadas no meio depois?”
                                Meu pai especula: 
                               “Teria havido uma cabeça para conceber isso,  
                               que era novidade, pois tanto em Barretos, como 
                                em Bebedouro, Viradouro e Pitangueiras, e até
                                em Jaboticabal, nessa época a flor da região, as
                                ruas, a começar do centro, eram estreitas, nem
                                pareciam prever a presença próxima do 
                                automóvel quando se instalaram. Quando  rapaz, 
                                puxava pela cabeça. O doutor Torelli, abalizado 
                                engenheiro, não poderia ser, apareceu muito 
                                mais tarde para construir uma ferrovia no rumo
                                de um lenheiro das bandas de Jaborandi, de 
                                interesse da Paulista, e que não carregava 
                                passageiro. Seria o Chico de Paula Figueira,
                                letrado e novidadeiro? Seria algum Junqueira, 
                                ávido de espaço, andejo desde Minas, caçando 
                                terra para café e pasto e caçando propriamente 
                                falando? Ou seria acaso o doutor Isaac, velho 
                                judeu alemão, que só andava nas ruas de vasto
                                guarda-sol aberto, branco avermelhado que era? 
                                Moleque, nunca tinha conversado com ele, que 
                                era muito respeitado na cidade, por gregos e 
                                troianos. Um Figueira, ou um Lopes, quando o
                                via, tirava o chapéu, mesmo de longe. Era um 
                                bonachão casmurro e levava jeito de solteiro
                                intransigente, na sua velhice saudável de   
                                constante andarilho. Diziam que fora engenheiro
                                da Paulista e demarcara muitas terras na região.
                                Poderia ter feito o traçado da vila, sob as asas
                                da própria Paulista, interessada em "abrir" uma 
                                cidade mais funcional, menos ibérica, diferente
                                das que encontrara já feitas...”.
                Isso aí vem de “Notícia do Mundo”, obra ainda inédita
 em que meu pai, Mario Mazzei Guimarães,  dá conta do que viu e viveu em
 sua existência densa e extensa. Tem muita coisa sobre Colina, 
Jaborandi, Barretos, Bebedouro, e toda a região – além de um retrato em 
tons épicos da Fazenda Mandaguari, onde meu avô paterno foi 
administrador – retrato grandioso, sensível e minucioso como a memória 
do autor.  Quem sabe um dia possa, a obra, ser dada a lume aqui, em 
Colina, da qual conta coisas esplêndidas, atraentes novidades do 
antanho. Em linguagem do cotidiano, pois meu pai é essencialmente um 
jornalista - cronista assíduo do dia a dia e da História,  por muito 
anos Redator-Chefe e colunista (alguém se lembra do Pedro Leite?) das 
Folhas, das quais foi o primeiro ganhador de Prêmio Esso, em 1957, com 
uma série muito celebrada e profética de artigos sobre o Vale do Rio São
 Francisco,  e o que este viria a ser – e é, meio século depois!
                 Muros altos, ruas largas. Outra contradição urbanística. Quem vai esclarecer o mistério?
postagem em parceria com o blog Colina Cidade Carinho, de Vagner Meira Cotrim: http://colinasp.blogspot.com/
 






















 
 
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